Dá que pensar...
Serviço Público?
Hoje li no jornal Público um artigo de opinião- por sinal muito bem escrito- de Miguel Gaspar que ridiculizava a situação."O que ainda é mais escandaloso neste escândalo é que esse insulto à liberdade de alguém dizer o que pensa tenha sido reconhecido e legitimado, na saloice das televisões, no pedido de desculpas da embaixada brasileira- e no também imperdoável pedido de desculpas da actriz brasileira", escreve o jornalista.
Creio que é, igualmente, dispensável espaço num jornal para um comentário sobre este caso. No entanto, não posso deixar de elogiar o artigo, partilhando, inteiramente, da mesma opinião: cada um tem ou pelo menos, ainda tem, liberdade de expressão em território português, penso.
Afinal, quem os entende?
Jorge Sampaio é o único dos socialistas de que se fala que poderia roubar a Presidência da República a Cavaco Silva. De acordo com a sondagem da Aximage para o Negócios, o antigo Presidente arrecada 44,8% das preferências dos portugueses, contra 47,4% de votos no actual Chefe de Estado, Cavaco Silva."
____________________________________________________________
Título Jornal de Negócios dia 19 de Outubro.
"Cavaco Silva recebe chumbo histórico dos portugueses em Outubro
Pela primeira vez em muitos anos, a actuação de um Presidente da República é avaliada negativamente pelos portugueses. Talvez tivessémos que recuar ao período pós-revolucionário para eventualmente encontrarmos uma avaliação igual."
________________________________________________
Título Público no dia 20 de Outubro.
"Baixa de popularidade de Cavaco Silva pode ter implicações nas próximas presidenciais
Estudo da Aximage para o Jornal de Negócios considera que o Presidente da República agiu mal no caso da alegada vigilância a Belém "
____________________________________________________
Dúvidas:
O problema é das sondagens ou de como as interpretámos?
Escrevem-se títulos com perspectivas tão distintas no espaço de um dia, porquê?
Da Profissão aos Limites.

É seguro que o jornalismo transformou-se com o mundo digital. Há quem anuncie uma morte lenta dos meios de comunicação convencionais mas, pior, já há quem assassine a profissão - com a banalização do cidadão repórter, por exemplo. Esquecem-se de que o jornalismo tem regras. O jornalismo adaptou-se ao progresso como o homem se adaptou à roda. Contudo, tal como qualquer engenho inicial, não morreu.
A evolução faz parte do processo civilizacional que não há de parar e que não pode parar. Fazer jornalismo tornou-se, hoje, um desafio onde os profissionais se guerrilham pela forma mais rápida e mais económica de passar informação. A mais rápida, porém, pode não ser a melhor.
Faço querer que os blogs são complementos do jornalismo. São espaços opinativos que contribuem para uma maior aproximação entre os cidadãos e entre estes e os profissionais que trabalham para eles. É um espaço de debate, onde entre múltiplos post´s se encontra uma fenda de novidades. No meu entender, os cibernautas tentam encontrar perceber os factos a partir das opiniões dos bloggers. Não procuram notícias.
Como adepta do jornalismo em formato papel, este espaço será mais uma forma de debate do que de novidades. Procurarei cobrir, com a minha visão pessoal, os fenómenos que todos os dias nos atravessam e que por vezes só conhecemos pela divulgação mediática, sem ponderarmos.
Na verdade o jornalismo não é isento. As entrelinhas dão opiniões e expressam pontos de vista. Nesta medida, é urgente uma participação cívica e crítica mas que não arrase com o profissionalismo. Todos temos direito à informação e o jornalista é, em primeira instância, o alicerce que suporta uma sociedade democrática. Não os abafem!