Publicidade de Poder.

Eficaz. Clara. Emotiva. Concreta. Apelativa. Responsável. Brilhante!

Crimes envolvendo imigrantes dominam notícias sobre minorias em Portugal

O crime é de longe o tema dominante quando se fala de imigrantes na televisão e nos jornais em Portugal, onde em 2008 representou mais de um terço das notícias que envolveram minorias étnicas, com destaque para os casos da "Quinta da Fonte" e do "assalto ao Banco Espírito Santo". Esta é uma das principais conclusões de um estudo apresentado hoje em Lisboa, numa conferência realizada na Fundação Gulbenkian sobre "Imigração e diversidade étnica, linguística, religiosa e cultural na imprensa e na televisão".

Os autores do estudo concluem que os crimes se mantêm como a principal abordagem noticiosa às minorias: este foi o tema de mais de um terço das 3246 notícias analisadas na imprensa em 2008 (36,4 por cento), seguindo-se as "estórias" sobre "clandestinidade" (peças que abordam situações de imigrantes não documentados) e sobre integração e direitos das minorias. Nas televisões, é ainda maior o peso da violência associada à imigração: os crimes representaram 41,9 por cento entre as 530 peças analisadas.

"Houve uma tentativa de procurar novas temáticas para além dos crimes em 2005 e 2006, a seguir ao arrastão de Carcavelos, mas em 2008 deram-se acontecimentos inéditos que voltaram a dar mais destaque a esse tipo de notícias", salienta Isabel Ferin, coordenadora do estudo e docente na Universidade de Coimbra. Em causa estão as notícias sobre a violência entre moradores da Quinta da Fonte e o assalto ao Banco Espírito Santo, que na informação sobre imigrantes tiveram maior cobertura jornalística durante o ano passado, muito por força da existência de imagens que lhes deram "um valor espectacular" no pequeno ecrã.

"Depois destes acontecimentos, há quase que um esquecimento dos imigrantes e das minorias, que se reduz a breves e pequenas notícias de rotina, centradas em fontes institucionais como a polícia e os tribunais", sublinha a mesma responsável, para quem essas lacunas se devem muito à falta de meios nas redacções e de fontes mais organizadas na sociedade civil.

Por outro lado, a informação sobre imigrantes é negativa em mais de 34 por cento das notícias analisadas nas televisões, o que muito se deve à própria linguagem do meio televisivo, mas que é penalizadora para esta parte da sociedade habitualmente "mais frágil", interpreta Isabel Ferin. No entanto, o estudo ressalva também que quando o tema é crime, há uma tendência geral para um discurso opinativo ou que trata de forma discriminatória as pessoas abordadas: jornalistas, pivôs e repórteres "enfatizam nas peças de imprensa e de televisão a ascendência, a raça (em itálico no original) e o território de origem como determinantes para a compreensão dos acontecimentos".

Mulheres só na prostituição

O estudo indica também que "nem todos os imigrantes e minorias são objecto de cobertura noticiosa". As mulheres são quase inexistentes: "As peças são quase todas no masculino, quando não há prostituição não há mulheres nestas notícias", indica a coordenadora do estudo. Já os brasileiros recebem o mais forte grau de atenção, o que está de acordo com o peso que têm enquanto comunidade, mas "continua a existir pouca informação sobre por exemplo os cidadãos indianos e paquistaneses, que têm vindo a crescer nestes últimos anos". "Não se vê grande interesse dos jornalistas sobre estas comunidades, não sabemos como chegam cá", exemplifica a mesma responsável.


Fonte: Jornal Público Online

Pelo Planeta.


A prova de que os jornais podem também ser uma forma de protesto é a capa do jornal Público de ontem, dia 7 de Dezembro.

Quando muito se promete e pouco se espera da Cimeira de Copenhaga, o manifesto da capa do jornal faz a chamada de alerta. Pelos efeitos das alterações climáticas no mundo, a esperança a uma só voz!

Um aplauso!